segunda-feira, setembro 26, 2011

O estado da língua

A dificuldade que tenho na interpretação da linguagem dos mais novos agudizasse cada vez mais. Eis o que ouvi e até agora procuro escamotear a frase na busca da compreensão do seu significado: “… puto, isso é tipo, pá, percebes?”.
Até este ponto já estava admirado, mais muito mais fiquei quando o outro petiz respondeu: “claro, isso é tipo, o outro gajo naquele dia”.
Depois da expressão: “é assim”, entre crianças e graúdos, agora está na ordem do dia “tipo” entre adolescentes e jovens.

sexta-feira, setembro 16, 2011

A verdadeira educação sexual

Na Escola Básica do 1º Ciclo do Ensino Básico com Jardim-de-infância da urbanização do Infantado, no Concelho de Loures, a disciplina de Educação Sexual chegou mais cedo. Eis os professores: Emanuel, Quim Barreiros e companhia. Surpreendentemente, os petizes enquanto brincavam, dançavam e riam uns com os outros ouviam músicas com letras de cariz puramente sexual.
Estranho seria se não rissem, pois o conteúdo das letras era qualquer coisa como: “se elas querem um abraço e um beijinho, nós (os rapazes) pimba”; “aperta, aperta com elas”, “elas dão a(pita) delas”.
Vejo os professores em demasia preocupados com a avaliação, que na verdade só serve para melhorar o ensina e premiar os melhores, mas surpreendentemente não têm qualquer sensibilidade para seleccionar músicas de qualidade para uma festa com crianças dos 4 aos 9 anos de idade.

domingo, setembro 11, 2011

Ganhos de civillização?

Um dos mais recentes "ganho de civilização" que se assistiu em Portugal foi o direito ao aborto, ou melhor, utilizando um eufemismo que pouco minimiza a agressão da palavra, “interrupção voluntária da gravidez”.

Se a dualidade de pensamento de alguns líderes não me surpreende, pois normalmente os pensamentos contrários não colidem no tempo, no presente estou surpreendido porque os contrários acontecem em simultâneo e não há a real percepção dos disparates que se dizem.

Reclamam alguns com voz activa o direito alienável ao aborto, sabendo nós que não é mais do que voluntariamente tirar a vida a um humano. Por outro lado, e no mesmo momento, opõem-se à morte de certos tiranos que cometem atrocidades tais que só de referir arrepia o pensamento. Ou seja, pode-se matar um ser vivo, com vida própria no ventre materno, mas não um adulto tirano.

Parece-me que na nossa sociedade o que determina o direito à vida ou à morte é o escalão etário. Oponho-me a isso.