Um dos mais recentes "ganho de civilização" que se assistiu em Portugal foi o direito ao aborto, ou melhor, utilizando um eufemismo que pouco minimiza a agressão da palavra, “interrupção voluntária da gravidez”.
Se a dualidade de pensamento de alguns líderes não me surpreende, pois normalmente os pensamentos contrários não colidem no tempo, no presente estou surpreendido porque os contrários acontecem em simultâneo e não há a real percepção dos disparates que se dizem.
Reclamam alguns com voz activa o direito alienável ao aborto, sabendo nós que não é mais do que voluntariamente tirar a vida a um humano. Por outro lado, e no mesmo momento, opõem-se à morte de certos tiranos que cometem atrocidades tais que só de referir arrepia o pensamento. Ou seja, pode-se matar um ser vivo, com vida própria no ventre materno, mas não um adulto tirano.
Parece-me que na nossa sociedade o que determina o direito à vida ou à morte é o escalão etário. Oponho-me a isso.