quarta-feira, novembro 30, 2011

Protestos eternos

Desde que tenho memória de me interessar pelos problemas da classe docente, sinto que sempre houve um mal-estar. Greves contíguas foram feitas, feriados avonde tive como aluno.
Agora, como professor, observo que greves continuam a ser a voz activa e efectiva de protesto. Com uma simples calculadora, e principalmente se analisarmos as percentagens de adesão de acordo com os sindicatos, rapidamente se chega a conclusão que o Estado economiza alguns bons milhares de euros, pois a talhada no ordenado é justa e automática. Ou seja, para o Estado bem-vindas sejam as greves.
Porquê o mal-estar? Nunca entendi.
Felizmente novidades surgiram e, a meu ver, a carreira docente será dignificada com o novo Estatuto. Não obstante, novamente greves foram feitas, palavras de protesto proferidas e cartazes mostrados.
Do que li, através de fonte segura, congratulo as novas alterações. De facto, ser avaliado periodicamente não intimida os professores competentes. Haver critérios mais rígidos para progressão na carreira, não incomoda os professores mais dedicados. A chegada ao topo da carreira não estar acessível a todos, não tira o sono aos mais esforçados. Parece que haverá mais justiça no processo e mais qualidade na educação.
Então, porquê tanto alarido de protesto?
Seria interessante verificar-se, talvez através de um estudo com uma análise de clusters, as características comuns dos professores descontentes.
Uma coisa é certa, os esforçados, competentes e dedicados, parece que pela primeira vez serão discriminados positivamente.

2 Comments:

Anonymous Leonardo said...

Professor, concordo plenamente consigo. Parece que os professores e a actividade docente agora serão valorizados em função do seu empenho, trabalho e profissionalismo em vez de ser apenas o professor diferenciado por mais ou menos anos de experiência de actividade. Esta vitimização de quem tem receio, ou apenas gosta de se encostar ao emprego sem ter grande trabalho, deve acabar porque acho ser um dos grandes problemas culturais dos portugueses que também nos trouxe a esta crise.

1:09 da tarde  
Blogger Adilson Marques said...

Leonardo Neves,
Concordo contigo. É bem verdade que muitos dos nossos problemas são o resultado do nosso "relaxamento" profissional, causado pela falta de rigor e avaliação.
Para melhor compreendermos isso basta pensar no seguinte: os europeus do norte trabalham menos horas que os portugueses, mas produzem muito mais do que qualquer trabalhar português a trabalhar em Portugal. Qual é então o problema?
Acredito que muitas horas de trabalho são passadas a fazer qualquer outra coisa diferente da obrigação profissional, e.g., tomar café, fumar, conversar demasiado tempo com colegas, chats de conversa na Internet, Facebook, etc.
Um abraço.

12:07 da tarde  

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