quarta-feira, janeiro 25, 2012

Liberdade infantil

Os discursos que pautam a educação, formal e informal, recaem na permissividade, dar liberdade às crianças para descobrirem, decidirem, pensarem sem condicionamentos.
Felizmente não tive essa educação, infelizmente fui rebelde à educação directiva que tive e muitas vezes sozinho descobri, decidi e pensei. Hoje, vejo vários episódios do passado com arrependimento.
Com a idade aprendi que, na juventude aprendemos, na maturidade compreendemos. Como as crianças não são capazes de compreenderem muito do que ouvem e retêm, o papel do adulto é fundamental, muito mais do que o mero espectador que só está presente para amparar. Defendo que o adulto deve estar presente para orientar e muitas vezes decidir e bloquear.
Talvez este seja um pensamento retrógrado para a sociedade hodierna, no entanto não posso deixar de verificar uma associação positiva entre a liberdade das crianças e adolescentes e o número de paredes riscadas; a Escola moderna e o desrespeito para com os professores e funcionários; a proibição dos pais tocarem nos filhos e o aumento da imoralidade.
Talvez sejam apenas meros acasos.

2 Comments:

Anonymous Neves said...

Professor, concordo em parte com o que refere, principalmente que a liberdade em demasia é pedagogicamente negativa conduzindo à imoralidade. No entanto acredito que um professor pode dar mais ou menos liberdade, ser mais rígido ou flexível, em determinados aspectos e não noutros. Se estivermos a falar de liberdade em termos cognitivos, como nos métodos de ensino por descoberta guiada, sem que o professor seja um mero ditador, mas antes um moderador, alguém que define as regras de conduta mas não impõem limitações às capacidades potenciais do aluno aprender por si próprio e desenvolver-se naturalmente, penso que é uma liberdade aceitável e muitas vezes desejável. Se a liberdade for a de deixar os meninos e as meninas seram mal educados, terem comportamentos desviantes, etc. então estou plenamente de acordo que nestas situações se corte o mal pela raíz, por assim dizer.

Um abraço

12:51 da manhã  
Blogger Adilson Marques said...

Neves,
Obrigado pelo comentário.
Sim, a liberdade condicionada é aceitável, mas ao ser condicionada, já não é liberdade em essência, uma vez que não tens todas as escolhas disponíveis. Assim sendo, concordo contigo, porque a criança ainda não tem capacidade para decidir, logo tem de ser o adulto a decidir.
Para os que defendem que sim e têm filhos, sugiro que deixem os filhos casarem antes dos 18 anos. Por que razão não o fazem? Porque julgam que os filhos não têm capacidade para tal, ou seja, não lhes dão liberdade.
Como facilmente se pode ver, convencionou-se que as crianças, adolescentes e jovens têm liberdade para determinados comportamentos e não para outros. Mas quais são os critérios? Onde estão definidos? Vejo adolescentes com menos de 16 anos a vaguear pela noite lisboeta, entrando de bar em bar. Devem ter liberdade para isso? Parece que muitos pais julgam que sim, criticando os pais mais conservadores que julgam que não.

10:33 da manhã  

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